sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Restauração das portas

Leitura: Neemias 1:1-3:32. Tal como o povo de Israel foi levado cativo para a Babilônia em três etapas -primeiramente nos tempos de Jeoaquim, em seguida dos tempos de Jeoaquim e por último no décimo primeiro ano de Zedequias- assim também retornaram para a sua terra em etapas. Primeiro o rei Ciro deu ordem para restaurar o templo, de levar os utensílios que estavam na Babilônia para a casa de Deus, a qual estava destruída. Então Ciro enviou a Zorobabel e a Jesuá, quem restaurou primeiro o altar e depois o templo. Em seguida, cinqüenta e oito anos depois, veio Esdras e adornou o templo, e também abriu as Escrituras. Treze anos depois chegou Neemias, para restaurar os muros, as portas e a cidade em si. Queremos nos concentrar em Neemias, na restauração do muro e das portas. É um retrato do que é a vida da igreja em vias de restauração, para chegar a ser como Filadélfia, que é o que o Senhor quer hoje. Para que serve um muro? Por um lado, para proteger, mas também serve para separar. Um muro serve para excluir e também para incluir. A cristandade tem o mundo; a vida da igreja não tem mundo. Então, estes muros de separação têm as suas portas, e estas portas, de uma maneira gradativa, representam a restauração do cristão individual e também da vida da igreja. Jerusalém representa o centro de adoração. Antes havia outros centros de adoração. Por exemplo, nos tempos de Salomão, se fazia oração e sacrifícios em Gilgal, em Siló e em outras partes. Mas a glória de Deus abandonou Siló. Deus não admite outro centro de adoração que não seja Jerusalém. Igualmente, Deus não admite agora outro centro de adoração que não seja a vida da igreja. A Porta das Ovelhas Em Neemias 3:1 fala da porta das Ovelhas. A primeira coisa que foi restaurada foi a porta das Ovelhas. Isto representa o novo nascimento. Representa também, quando se refere a Cristo, que o nosso Senhor Jesus, quando veio pela primeira vez, veio como ovelha, e entrou por essa porta, montado em um jumentinho filho de jumenta, e foi ovacionado até pelos meninos. Quando ele retornar pela segunda vez entrará pela porta Oriental, já não como ovelha, mas sim como leão. Não virá para ser julgado na cruz, mas virá como rei. A porta das Ovelhas nos fala da entrada para a vida da igreja. Ninguém pode entrar a não ser por Cristo. O Senhor disse: "Eu sou a porta; aquele que entrar por mim, será salvo". Vemos que as demais portas tinham os seus ferrolhos e as suas fechaduras; mas a porta das Ovelhas foi deixada sem ferrolhos, ou pelo menos não é mencionado. Mas é necessário que a porta tenha ferrolhos. Não podemos admitir qualquer um na vida da igreja, não podemos ser totalmente inclusivos de uma maneira ingênua, incluindo toda classe de pessoas, mas somente ovelhas. Por isso são necessários os ferrolhos. Os ferrolhos falam dos nossos pastores. Em Atos capítulo 20 diz: "...olhai por todo o rebanho em que o Espírito Santo vos constituiu por bispos, para apascentar a igreja do Senhor, a qual ele comprou por seu próprio sangue. Porque eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos vorazes, que não perdoarão o rebanho". Esta porta das Ovelhas, em certo sentido, esteve sem ferrolhos depois do século I. Nos tempos de Pérgamo, começaram a entrar não somente ovelhas, mas também lobos. Mais tarde vemos como se juntou a igreja com o Estado, e depois de Pérgamo degradou em Tiatira, que é o romanismo. Depois passou para Sardes, que significa a igreja protestante, e depois passa de Sardes a Filadélfia e dali a Laodicéia. A Porta do Pescado Em seguida vemos a porta do Pescado. Depois que uma pessoa foi salva, o primeiro desejo que tem é pescar homens. Quando o nosso amado irmão Paulo se converteu ao Senhor, diz a palavra: "E em seguida pregava". Isto é necessário na vida da igreja. Digo-o porquê muitas vezes apascentamos a nós mesmos e não somos pescadores de homens. O Senhor deseja que sejamos pescadores de homens. A vida da igreja não somente é escutar grandes doutrinas e pouca vida prática. O Senhor quer antes vida prática. E qual é a vida mais prática que madeirar a porta do Pescado, ou seja, ser pescadores de homens? O Senhor disse aos seus discípulos: "Vinde após mim, e vos farei pescadores de homens". Também diz Isaías 52:7: "Quão formosos são sobre os montes os pés daquele que traz as boas novas, do que anuncia a paz ... do que anuncia a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!". Primeiro anuncia salvação, fazendo compreender o evangelho da graça, e depois anuncia 'O Teu Deus reina', referindo-se ao evangelho do reino. Realmente, os pés formosos não são aqueles pés que vão ao salão de beleza ou ao pedicuro, mas aqueles que têm pó, aqueles que caminham. O Senhor Jesus enviou os seus discípulos de dois em dois para pregar, a ser pescadores de homens. "E se houver um filho da paz, entrai nessa casa, e a sua paz será sobre essa casa, e se houver enfermos, curai-os. Mas se em tal cidade não vos receber, sacudam o pó dos vossos pés sobre a cidade. E em verdade vos digo que será mais tolerável o castigo para Sodoma e Gomorra do que para essa cidade". Mas hoje em dia, alguém disse que muito poucas pessoas têm pó nos pés para sacudir, porque realmente poucos são os que saem para pregar. Por isso digo que realmente os pés formosos de que fala Isaías são os pés que têm pó para sacudir. Então, o Senhor nos insiste a pregar a tempo e fora de tempo. A Porta Velha Depois que uma pessoa é ovelha, depois que passou pela porta do Pescado, e se converte em pescador de homens, é necessário que não só como pessoa, mas como igreja, seja restaurada a porta Velha. A porta Velha se refere voltarmos para os caminhos antigos. Jeremias 6:16 diz: "Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas". A porta Velha se refere a voltar para o princípio. Isso é o que o Senhor quer. Voltar para o modelo original de Deus, à igreja tal como está no livro de Atos. A Bíblia diz claramente em Atos 2:42: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão uns com os outros, no partir do pão e nas orações", são os caminhos antigos, estes são os caminhos antigos. Hoje em dia o que parece ser tradição na cristandade não é o antigo, mas sim o novo. Por assim dizer, é o carro novo onde se leva a arca puxada por bois, no estilo dos filisteu. Então, o Senhor nos ordena que voltemos para os caminhos antigos, a ter comunhão uns com os outros, a partir o pão, a perseverar principalmente na doutrina dos apóstolos, dos apóstolos que aparecem nas cartas do Novo Testamento. (Digo isto porque agora há pessoas que dizem ser apóstolos, e não o são). Nós temos que perseverar nestas quatro disciplinas: a doutrina ou o ensino dos apóstolos, o partir do pão, a comunhão uns com os outros e as orações. Temos que voltar para os caminhos antigos. Não podemos inovar. O Senhor não está interessado em que nós inovemos, mas sim permaneçamos conforme o modelo que nos foi mostrado. Através dos séculos, o Senhor foi recuperando o ensino dos apóstolos e as demais coisas. Isto está sendo restaurado, e foi restaurado relativamente através da história. Por exemplo, Martinho Lutero, com a justificação pela fé sem obras, Calvino com a salvação eterna que não se perde e a predestinação, e outras recuperações que o Senhor trouxe através dos santos, como John Wesley, a santificação pelo Espírito, a vida interior, e muitos ensinos que foram escondidos pelo inimigo por muito tempo e que já foram restauradas. Ultimamente, os irmãos livres na Inglaterra foram trazendo o que é a parte da eclesiologia, o que é a igreja em seu aspecto universal e em seu aspecto local. Mais adiante vemos nosso irmão Nee To-sheng, e chegou até os nossos dias a doutrina, o ensino dos apóstolos. Mas não nos conformamos com o ensino, mas também com a prática. A vida da igreja não consiste em nos encher de informação, mas sim de vida prática. O livro de Atos diz: "No primeiro tratado, Oh Teófilo, falei a respeito de todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar...". Primeiro fazer, e em seguida ensinar. O Senhor requer de nós, nesta época, vida prática. Não nos enchamos tanto de teologia, de tantos mistérios. Viver a vida da igreja é o que realmente vale. Levar uma vida prática, que nos amemos uns aos outros. A Porta do Vale Em seguida, no verso 13, vem a porta do Vale. Esta porta do Vale nos fala a respeito da humildade. Quando nós chegamos na vida da igreja, vamos com muitas presunções, com vontades de buscar posições. Trazemos muitas coisas, muita altivez, procurando influências, introduzimos políticas, e esta porta do Vale fala disso. Quando nós somos chamados para viver como os santos na igreja primitiva, então acontece o que diz em Isaías 40:4: "Todo o vale será exaltado, e todo o monte e todo o outeiro será abatido; e o que é torcido se endireitará, e o que é áspero se aplainará", e Lucas 14:11: "Porque qualquer que se exalta, será humilhado; e o que se humilha, será exaltado". Isto é a vida da igreja; a vida da igreja é uma vida de cruz. A vida da igreja não é edificada a não ser com sofrimentos, edifica-se através da negação do eu e pelo tomar a cruz a cada dia. Aqui a porta do Vale significa isso, que quando entramos na vida da igreja somos ovelhas, somos pescadores de homens, passamos pela porta Velha e entramos pelos caminhos antigos; recuperamos a Palavra, a doutrina e o ensino dos apóstolos, e logo que temos todas estas coisas, há muitos vales. Dou graças a Deus pelos vales. Mas também há montes entre nós, e o Senhor passa a sua aplanadora, e nos aplaina. Começa a nos tratar na vida da igreja. O Senhor ali começa a tratar-nos duro, através dos irmãos, através das irmãs, o Senhor começa a usar as suas limas. Cada santo, cada santa na vida da igreja, tem que ter a sua lima, o seu irmãozinho, a sua irmãzinha, que por ali o Senhor o trata, não é verdade? A lima é para limar as asperezas, para rebaixar algo que se sobressai. É que o Senhor não quer que ninguém se sobressaia na vida da igreja. Na cristandade há muitas pessoas que se sobressaem. Ali há gigantes espirituais, mas nesta última parte desta dispensação da restauração da vida da igreja, Deus não vai trabalhar com gigantes. Deus vai trabalhar com um corpo. Deus está interessado em que todos os santos exerçam o seu sacerdócio. Lembram de Saul? Diz a Palavra que Saul se sobressaía entre todos os israelitas, tinha uma estatura maior. Sim, mas as vezes o Senhor passa a sua foice de forma rente, e a cabeça que se sobressai o Senhor a corta rente. E a cabeça de Saul foi cortada. Bom, ele mesmo se lançou sobre a espada, mas depois lhe cortaram a cabeça, porque a sua cabeça se sobressaía. Então na vida da igreja, às vezes o Senhor passa a sua foice e corta a cabeça do que se sobressai. Aqui a única cabeça que se sobressai é Cristo. Aleluia! Obrigado, Senhor, pela porta do Vale. A Porta do Monturo Mais adiante, no verso 14, vemos a porta do monturo. Era uma porta cuja saída era para o vale de Hinom, à Geena. Era o vale onde se lançava o lixo de Jerusalém. As portas são tanto para abrir como para fechar. As portas se abrem, no caso das ovelhas, e entram. "E entrarão pela porta e acharão pastagens". Mas a porta também tem outra função que é para expulsar ou tirar. A porta do monturo era essa porta por onde tiravam o lixo. Refere-se ao aspecto individual tanto como no coletivo, a nossa vida interior. Em nossa vida interior há muitas coisas. Cada um de nós tem uma vida secreta, bem escondida. Não é pública, só Deus a conhece, e ali o Senhor está tratando conosco. O Senhor, através da cruz, está tratando com todos os elementos negativos, com todos os elementos malignos que há ali. Porque a Bíblia diz que não é o que entra pela boca o que polui, mas o que sai da boca. Sim, porque o que sai do coração refere-se à vida almática. Isso é o que polui o homem. O que é o que sai do coração? Os homicídios, os adultérios, as estupidezes, as arrogâncias, todas estas coisas. Então, a porta do monturo significa deixar-nos ser tratado pelo Senhor. É nossa responsabilidade como crentes nos despojar, e é a responsabilidade de Deus encher as vasilhas vazias. O Senhor não vai encher vasilhas enquanto não estejam vazias. Elias disse à viúva: "Busca vasilhas, e não poucas, que estejam vazias", e foram cheias de azeite. A condição para ser cheio do Senhor é estar vazio. A Bíblia, em Apocalipse, apresenta duas vasilhas, referindo-se ao aspecto eclesiástico. Temos uma vasilha vazia, Filadélfia, pobre, frágil, com pouca força. E o Senhor a enche. O Senhor lhe diz: "Mas tu és rica". Também vemos uma vasilha cheia do seu próprio eu, a igreja em Laodicéia. Diz: "Você diz que é rica, que não necessita de nada; nem sequer de mim, porque estou fora da porta, batendo. Mas você é pobre, miserável e nu". O Senhor necessita que, ao madeirar-nos a porta do monturo, despojemo-nos. A luz de Deus nos mostra o quão indignos somos. Então, a porta do monturo é nos despojar de nós mesmos para que na próxima porta, a da Fonte, que significa a plenitude do Espírito, sejamos cheios do Senhor. Se estivermos cheios de nós mesmos, o Senhor não vai nos abençoar. Temos que usar a porta do monturo. Apresentaram-se duas pessoas, um usou a porta do monturo e a outra não. Um fariseu e um publicano. O fariseu se apresentou cheio, dizendo: "Senhor, eu sou bom, eu jejuo tantas vezes na semana, dou dízimos, eu faço, eu, eu e eu". A Bíblia diz que este homem falava sozinho; ele supunha que estava falando com Deus, mas "falava consigo mesmo". O outro se apresentou vazio, frágil. "Senhor, sê propício a mim, pecador". Apresentou-se sem forças, e diz a Palavra do Senhor que o publicano saiu justificado e o fariseu não. Esta é a condição que Deus requer: o ser esvaziado. Cada vez que o Senhor toca num assunto através de um irmão, ou o Espírito mesmo nos repreende, temos que ir diante dele e dizer: 'Senhor, me ajude a me desprender disto, a me despojar disto. Miserável homem que sou!'. Então, aprendemos que com as nossas próprias forças não podemos vencer, aprendemos que é na força do Senhor, e então nos despojamos. Temos que deixar sermos tratados pelo Senhor. Muitas pessoas fogem do tratamento de Deus, e isto é fechar a porta do monturo. A porta do monturo é para jogar todo o lixo para fora da vida da igreja. Nós não podemos trazer morte para a vida da igreja, não podemos trazer a lepra dentro de Jerusalém, porque seremos realmente tirados pela porta do monturo para ser tratados ali no vale de Hinom. Ainda temos a oportunidade, de despojar-nos de nós mesmos e levar a nossa própria cruz e crucificar o velho homem, pois o Senhor ainda não voltou. Caso contrário, a Palavra diz que se o sal perder o seu sabor, ou a sua força, não serve para nada, nem para salgar, nem para a terra, nem para o monturo. Então, é necessário ser tratados aqui, e não ser tratados no vale de Hinom, na Geena de fogo. A Porta da Fonte Então, vamos mais adiante. No verso 15, diz: "Salum filho de Col-Hoze, governador da região da Mizpá, restaurou a porta da Fonte". A porta da Fonte se refere ao enchimento do Espírito Santo depois que fomos despojados de todo o lixo. Então somos vasilhas limpas, e precisamos ser cheios do Espírito Santo, necessitamos que a fonte, o fluir do Espírito, seja em cada um de nós. Em uma grande casa há vasos de ouro, há vasos de barro e de madeira. Mas diz também: "Se alguém se limpar destas coisas - referindo-se à doutrina, ao ensino, ao lixo de Himeneu e Fileto a respeito de que a ressurreição já é passada e de muitas outras coisas - será vaso santificado e útil ao Senhor". O ser cheios do Espírito Santo é necessário. Não é um discurso pentecostal o que estou falando. Isto é necessário na vida da igreja. O ser cheios do Espírito Santo não é de uma vez e para sempre. Se vocês olharem o livro de Atos, diz que eles foram cheios do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Mas mais adiante muitas destas pessoas, no capítulo 4, estavam orando, e o lugar onde estavam orando tremeu, e foram cheios do Espírito Santo pela segunda vez. Isso indica que há um encher do Espírito Santo constantemente. O Senhor não nos enche uma vez para sempre do Espírito. A plenitude do Espírito não é a regeneração ou a recepção da vida eterna. Aqui estamos falando de outra coisa: de ser cheios do Espírito Santo para o serviço. Precisamos ser cheios do Espírito Santo uma e outra vez. Os irmãos em Éfeso, quando Paulo esteve com eles por mais de três anos, viram as maravilhas do Senhor, foram cheios do Espírito Santo, e muitos anos depois, Paulo escreve: "Não vos embriagueis com vinho ... antes enchei-vos do Espírito Santo". De que maneira? "Falando". Somos cheios do Espírito falando. "Abre a sua boca, que eu a encherei". Tem que falar, tem que fluir, tem que pregar, tem que ensinar, tem que salmodiar. Todas as experiências, tudo isto é vida prática; isto nos enche do Espírito Santo. A Porta das Águas Então, vemos mais adiante, no verso 26, a porta das Águas. Esta porta se refere ao beber a Palavra. A Palavra é santificadora. Só ler a Palavra pelo Espírito, produz limpeza dos pés. Porque nós já fomos lavados pelo sangue do Senhor. Os que já estão banhados não necessitam senão lavar os pés. Isso disse o Senhor a Pedro. Isto se refere ao que a Palavra nos repreende, a Palavra nos limpa do pó do caminho, de toda impureza que temos na vida cotidiana. No tabernáculo de Deus no deserto, havia uma fonte de bronze. O fundo dessa fonte foi feito com os espelhos das mulheres de Israel. Então, nele o sacerdote jogava água limpa, e com esta água ele se lavava. A primeira coisa que era refletida era a face do sacerdote. Isto indica que quando nós vamos para a Palavra, a Palavra nos mostra a nossa condição espiritual. Nós podemos enganar os irmãos, mas não podemos enganar a nossa consciência. A Palavra nos fala, mostra a nossa condição, seja ela pecaminosa ou não. Ali somos libertados, somos expostos pela Palavra do Senhor. Por isso o Salmo 119 diz: "A exposição da sua palavra ilumina, e a soma da sua palavra é verdade". Nós não podemos edificar a igreja com base nas experiências individuais dos santos, não podemos edificar a igreja porque um santo teve uma visão ou teve um sonho ou teve uma experiência. Se não estiver de acordo à Palavra, não pode edificar a igreja. A igreja tem que ser edificada com base na Palavra. Esta Palavra nos lava, esta Palavra nos repreende, esta Palavra nos edifica. O apóstolo Paulo dizia a Timóteo: "Até que eu vá, ocupa-te da leitura". É necessário irmos não somente como indivíduos para a Palavra, mas também como igreja. Que haja reuniões de leitura da Palavra, não de leitura de livros - embora os livros sejam bons e podem ser lidos, e pode haver leitura de livros -, mas sim da palavra do Senhor tanto do Antigo como do Novo Testamento. Porque as coisas do Antigo foram escritas para o nosso ensino, para exemplo nosso. A Porta dos Cavalos Mais diante, no verso 28, vemos a porta dos Cavalos. Esta porta se refere à batalha espiritual. Vamos então a Provérbios 21:31: "O cavalo se prepara para o dia da batalha; mas o Senhor é o que dá a vitória". Nós somos os cavalos; não pensemos que somos o cavaleiro. O Senhor é o cavaleiro. Recordem que o Senhor entrou em Jerusalém em um jumentinho. Ele era o que ia montado; a glória era para o Senhor, não para o jumentinho. Nós somos os cavalos, que precisamos ser refreados, ser dirigidos com freio. 2ª Timóteo 4:7. Diz o apóstolo Paulo: "combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé". Nós estamos combatendo a boa batalha, porque a vitória é nossa; o Senhor já a obteve na cruz. "Desde agora, a coroa da justiça me está guardada". Não de misericórdia, mas sim de justiça. "...a qual me dará o Senhor, juiz justo, naquele dia". Aí está falando de galardão, não de um presente, não da graça inicial, mas sim da recompensa. "...e não só a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda". Então, uma pessoa, um cavalo de batalha do Senhor, tem que amar a vinda do Senhor. Um cavalo tem que estar preparado para a batalha. Nós temos que estar preparados com toda a armadura de Deus que aparece em Efésios. Não diz unicamente a espada ou o capacete. Efésios 6:14-17 nos fala que terá que tomar toda a armadura de Deus. E o verso 11, anteriormente, diz assim: "No demais, meus irmãos, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder" Este fortalecer-se no Senhor é uma consideração de fé. Simplesmente terá que crer no Senhor, confessar que estamos fortalecidos. É uma confissão, um crer no Senhor que estamos fortalecidos no poder da sua força. "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as armadilhas do diabo". Aqui a palavra nos fala de que se nós participarmos da boa batalha e combatermos, o nosso galardão será guardado, ou seja, entraremos no reino. A Porta Oriental Mais adiante é mencionada a porta Oriental, que fala da vinda do Senhor. Quando o Senhor vier pela segunda vez, entrará pela porta Oriental. Vejamos Ezequiel 43:4. "E a glória do Senhor entrou na casa pelo caminho da porta que dava para o oriente". Aqui está falando de algo que ainda não aconteceu, de algo futuro; é uma profecia. "Fez-me voltar para a porta exterior do santuário, a qual olha para o oriente; e estava fechada. E me disse o Senhor: Esta porta estará fechada; não se abrirá nem entrará por ela homem, porque o Senhor Deus de Israel entrou por ela; estará, portanto, fechada" (Ezequiel 44:1-2). Isto é profético. O Senhor vem pela segunda vez. A porta Oriental se chama também "a porta do Rei" em outras partes da Bíblia. Construir a porta Oriental significa amar a segunda vinda do Senhor. Todo o que ama a Segunda Vinda do Senhor, tem a coroa. Aquele que ama a Segunda Vinda do Senhor, também ama a cruz, e participa da batalha como dizia o nosso amado irmão Paulo: "combati o bom combate, portanto me é guardada a coroa de justiça, não somente a mim, mas aos que amam a porta Oriental, os que amam a vinda do Senhor". Digo isto porque muitas vezes nós não amamos a vinda do Senhor. Estamos enraizados aqui, estamos semeados aqui, e dizemos: 'Que o Senhor venha, mas apenas depois que eu tenha terminado a minha carreira, depois que eu casar, depois de prosperar, de ter me realizado profissionalmente; então sim, que o Senhor venha'. Se verdadeiramente fizermos uma introspecção, se formos sinceros, no fundo, não amamos suficientemente a vinda do Senhor; porque amamos ainda o mundo, a este sistema de coisas. E realmente, se nós não amarmos a porta Oriental, não podemos entrar no reino dos céus. A Porta do Juízo Mais adiante, para terminar, Neemias 3:31 fala da porta do Juízo. Imediatamente depois da vinda do Senhor Jesus, o Senhor julgará a sua casa. Olhem como estas portas foram restauradas. Não foram restauradas em qualquer ordem. Isto foi intuito de Deus, do mesmo modo como vamos por etapas na vida da igreja. Depois que o Senhor vier, julgará a sua casa, porque o julgamento começa pela casa. E é necessário que todos, incluindo Paulo - ele se inclui ali -, compareçamos perante o tribunal de Cristo. Naquele dia muitas pessoas que não restauraram nenhuma porta, dirão: 'Senhor, Senhor, em seu nome fizemos isto ou aquilo. E o Senhor dirá: "Nunca vos conheci, feitores de maldade, apartai-vos de mim". A outros, que restauraram as portas, o Senhor lhes dirá: "Servo bom e fiel ... entra no gozo do seu Senhor". Então, esta palavra em Neemias 6:15, diz que o muro foi terminado em vinte e cinco do mês de Elul, em cinqüenta e dois dias. O que significa o número 52? O número 50 significa Pentecostes. O 52 são dois dias depois de Pentecostes. Pentecostes significa para nós o começo da igreja primitiva, o dia em que a igreja foi manifestada. Para o Senhor, um dia é como mil anos. Dois dias depois são dois mil anos. Ou seja, que 52 significa dois mil anos depois da igreja primitiva, ou seja, que o muro foi restaurado totalmente, segundo esta numerologia, para esta época, dois mil anos depois da igreja primitiva. Neste tempo, o Senhor nos convida, chama-nos, a terminar os muros e as suas portas, e quando terminarmos, todos conhecerão. "E quando ouviram todos os nossos inimigos, temeram todas as nações que estavam ao redor de nós, e se sentiram humilhados, e conheceram que por nosso Deus tinha sido feita esta obra" (Nee. 6:16). Assim aconteceu com a igreja em Filadélfia. Diz o Senhor: "Eu farei que os que dizem ser judeus se humilhem diante de ti e reconheçam que eu te amei". Irmãos, o Senhor acrescente a sua Palavra. Amém. Hernando Chamorro (Colômbia)

AS PORTAS DE JERUSALÉM

INTRODUÇÃO. No Antigo Testamento (AT), as portas das casas e das cidades eram de ferro, de madeira ou de cobre (I Sm 4:18, At 12:10-13). As portas da cidade eram os lugares de maior afluência do povo para negócios, processos judiciais, conversas, passatempos (Gn 19:1, Dt 17:5, Rt 4:1-12, II Sm 15:2, II Rs 7:1, Jó 29:7, Pv 31:23, Am 5:10-12). Essas portas tinham conselhos e escritórios junto a elas. Eram de dois batentes, cerravam-se com fechaduras e ainda com barras de ferro. As cidades importantes eram muradas e tinham uma ou mais portas que eram de máxima importância para a sua segurança. Como não havia praças nas antigas cidades da Palestina, o povo se encontrava junto às portas que começaram a ser sinônimo de lugar público. Para os Hebreus, a porta era como a ágora dos gregos e o fórum para os romanos. Na ocasião das guerras, a guarnição de defesa era redobrada junto às portas, quando se conquistavam as portas era sinal de que a cidade fora subjugada. Deus ama as portas antigas e gloriosas de Jerusalém, porque protegem a cidade santa e a guardam em paz e segurança (Sl 24:7-9, 87:2, 147:12 e 13). SIGNIFICADOS. 1) Porta Do Vale - Ne 2:13. "De noite saí pela Porta do Vale, para a banda da Fonte do Dragão, e para a Porta do Monturo, e contemplei os muros de Jerusalém, ue estavam assolados, cujas portas tinham sido consumidas pelo fogo." Significado: Lugar por onde saíam as impurezas, representando que a Cidade Santa deveria estar sempre limpa. "Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más." Mt 12:34 e 35. Esta porta representa a limpeza que devos fazer em nosso coração, pois para que o Espírito de Deus habite em nós, é necessário que a nossa vida esteja no altar de Deus. Como ramos da videira que produzem frutos bons, é necessário que sejamos constantemente limpos para que venhamos a produzir mais fruto ainda. Daí a importância de estarmos com o coração aberto para que o Senhor purifique a nossa vida. 2) Porta Da Fonte (águas) - Ne 2:14. "Passei à Porta da Fonte, e ao açude do rei; mas não havia lugar por onde passasse o animal que eu montava." Significado: Simboliza a bênção divina constantemente a brotar da nascente. "Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna." Jo 4:14. A Porta da Fonte representa para nós a necessidade da presença do Espírito Santo, porque assim como no deserto a água é um elemento indispensável para a vida, o Espírito de Deus é fundamental para o sustento de nossa alma. Por isso é importante que nós estejamos buscando esta fonte que é Jesus, pois Ele nos dará água da vida, que é o Espírito Santo. "Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por Ti ó Deus, suspira a minha alma." Sl 42:1. 3) Porta Das Ovelhas (gado) - Ne 3:1. "Então se dispôs Eliasibe, o sumo sacerdote, com os sacerdotes seus irmãos, e reedificaram a Porta da Ovelhas; consagraram-na, assentaram-lhes as portas, e continuaram a reconstrução até à Torre dos Cem e à Torre de Hananeel." Significado: Por ser a única porta consagrada, era a mais importante. Representava a expiação dos pecados de Israel. "Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de todos nós. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e como ovelha muda perante os Seus tosquiadores, Ele não abriu a Sua boca." Is 53:5-7. Esta porta representa o sacrifício perfeito de Jesus pela humanidade, ensinando que devemos morrer para o mundo, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal, pois devemos com Ele morrer, para que também com Ele tenhamos a vida eterna. 4) Porta Do Peixe - Ne 3:3. "Os filhos de Hassenaá edificaram a Porta do Peixe; colocaram-lhes as vigas, e lhe assentaram as portas com seus ferrolhos e trancas." Significado: Simboliza a dedicação de pescadores ao trabalho de proclamar as boas novas de salvação. "Caminhando junto ao Mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão chamado Pedro, e André, que lançavam rede ao mar, porque eram pescadores. E lhes disse: Vinde após Mim, e Eu vos farei pescadores de homens." Mt 4:18 e 19. Representa para nós a preocupação de pregar o evangelho para toda a criatura, pois os peixes representam as almas sedentas que estão no mundo e nós somos chamados como pescadores para levá-los ao Reino de Deus. 5) Porta Velha - Ne 3:6. "Joiada, filho de Paseia, e Mesulão, filho de Besodias, repararam a Porta Velha; colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram as portas com seus ferrolhos e trancas." Significado: Representa a tradição e a história falada dos Hebreus, mantendo as gerações informadas acerca de sua origem, da sua proteção miraculosa da parte do Deus vivo, do Deus de Israel que os escolhera para serem o Seu povo. "Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e os farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos. Não te esqueças do dia em que estiveste perante o Senhor teu Deus em Horebe, quando o Senhor me disse: Reúne este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, a fim de que aprendam a temer-Me todos os dias que na Terra viverem, e as ensinarão a seus filhos." Dt 4:9 e 10. Simboliza para nós a responsabilidade que temos de passar para os nossos filhos os mandamentos que Senhor nos deu, fazendo-os conhecer o que Deus tem feito por nós e orientando-os a obedecer a Sua Palavra. "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele." Pv 22:6. 6) Porta Dos Cavalos - Ne 3:28. "Para cima da Porta dos Cavalos repararam os sacerdotes, cada um defronte da sua." Significado: Simboliza as batalhas e lutas. "Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou a Seu próprio Filho, antes, por todos nós O entregou, porventura não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo quem morreu, ou antes, Quem ressuscitou, o Qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de Ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquEle que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." Rm 8:31-39. A Porta dos Cavalos representa na nossa vida as lutas que enfrentamos diariamente. Sendo que a maior destas lutas é contra a nossa carne, pois ela milita contra o espírito com a intenção de nos afastar de Deus, sendo que em pecado fomos concebidos e o nosso coração tende para o mal. 7) Porta Oriental - Ne 3:29. "Depois deles reparou Zadoque, filho de Imer, defronte de sua casa, e depois dele, Semaías, filho de Secanias, guarda da Porta Oriental." Significado: Representa a volta do Senhor Jesus. "Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre as núvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor." 1 Ts 4:16 e 17. Esta porta por representar a volta do Senhor, significa que devemos estar prontos para o grande dia do arrebatamento, onde iremos nos encontrar com o Senhor nos ares. Devemos estar firmes no Senhor, pois Ele nos garante: "Sê fiel até á morte, e dar-te-ei a coroa da vida." Ap 2:10. 8) Porta Da Guarda - Ne 3:31. "Depois dele reparou Malquias, filho dum ourives, até à casa dos servos do templo e mercadores, defronte da Porta da Guarda, até ao eirado da esquina." Significado: Guardar e vigiar. Devemos guardar a Palavra de Deus em nosso coração para não pecarmos contra Ele, vigiando e orando em todo o tempo, para que não venhamos a cair em tentação, pois o espírito está pronto mas a carne é fraca. CONCLUSÃO. 1) Literalmente, as portas apontam para a posição geográfica na rota de acesso que ligava a ciade em diferentes partes. 2) Profeticamente, apontam para as atividades e compromisso que cada cristão deve ter para com Deus. 3) Espiritualmente, cada porta ilustra responsabilidade e dedicação desempenhadas por cada cristão. 4) Historicamente, sugere a idéia de superabundância, que provém de uma raiz hebraica - engordar ou desfrutar. Que ao estudarmos sobre os significados de cada porta possamos receber preciosas lições para a nossa vida espiritual. Pastor Ananias Cândido Diniz

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

EBD – Lição 3: Aprendendo com as portas de Jerusalém

LIÇÃO 4º TRI 2011 Pb. José Roberto A. Barbosa http://www.subsidioebd.blogspot.com/ Twitter: @subsidioEBD INTRODUÇÃO Na lição de hoje estudaremos a respeito das portas de Jerusalém, fazendo algumas aplicações a respeito de cada uma delas. Em seguida, abordaremos particularidades do ministério de Neemias, ressaltando o segredo do seu sucesso, que não dependia dele mesmo, mas de Deus. Ao final, meditaremos a respeito das características dos cooperadores da obra do Senhor. 1. AS PORTAS DE JERUSALÉM As portas de Jerusalém tinham um significado especial, elas estavam associadas ao julgamento. Os juizes davam o veredicto às causas do povo a partir das portas. Por esse motivo, Neemias teve a iniciativa de priorizá-las na recondução do serviço do Senhor. As portas precisavam ser reedificadas, e o sumo-sacerdote Eliasibe, como símbolo da restauração espiritual, deveria orientar os trabalhos. Nenhuma reconstrução se sustenta na sociedade a menos que Deus assuma o primeiro lugar. O sumo-sacerdote reedificou a Porta das Ovelhas (Nm. 3.1) que se situava na entrada mais oriental do lado norte das muralhas de Jerusalém (Ne. 12.39; Jô. 5.2). Nessa porta as ovelhas eram lavadas antes de serem conduzidas ao templo para o sacrifício. Ela aponta para o sacrifício ao Senhor, que não deva ser apresentado de qualquer jeito, mas com corações puros (Mt. 5.8). Aos filhos de Hessaná coube a reforma da Porta do Peixe (Ne. 3.3), provavelmente por ser aquele o lugar onde os peixes eram comercializados. Devemos lembrar, a esse respeito, que somos “pescadores de homens” (Mt. 4.19; 13.47,48). O cristianismo era simbolizado, pelos primeiros crentes, através da figura de um peixe, isso porque a palavra grega para peixe é ICHTHUS, formando o acrônimo Iesus Christus Theou Huios Soter, que quer dizer: Jesus Cristo Filho de Deus Salvador. A Porta Velha (Ne. 3.6), localizada na parte mais antiga da cidade, também foi restaurada, essa pode representar os fundamentos da fé, a doutrina bíblica que não pode ser substituída pelos modismos (I Tm. 3.14; I Jo. 2.24). A Porta do Vale (Ne. 3.13) foi reparada por Hanun e os moradores de Zenoa, e, a respeito dessa, é possível aplicar que a vida cristã está repleta de altos e baixos, montanhas e vales (Dt. 11.11). Com o Senhor, isto é, nas situações adversas, os vales se enchem de trigo (Sl. 65.13). A Porta do Monturo (Ne. 3.14) também foi restaurada. Essa porta recebeu esse nome por causa do lixo da cidade que era levado por meio dela para o vale de Hinom, a fim de ser queimado. Na vida do cristão essa porta precisa estar aberta para que todos os dejetos que o distanciam da presença do Senhor sejam retirados (Mt. 5.30). Se deixarmos de salgar e iluminar o mundo, para nada mais prestaremos, senão para sermos lançados fora e pisados pelos homens (Mt. 5.13). Salum, filho de Col-Hozé, reparou a Porta da Fonte (Ne. 3.15), que ficava situada próximo ao Tanque de Siloé. Jesus é a fonte que jorra para a vida eterna (Jo. 4.14). Não são poucos os que se distanciam dessa fonte, preferem ir após cisternas rotas (Jr. 2.13). Depois Malquias restaurou a Porta da Guarda, localizada na seção nordeste de Jerusalém, adjacente ao Templo. Como cristãos, devemos lembrar de guardar os mandamentos de Jesus (Jô. 14.15), pois a Palavra de Deus é lâmpada para os nossos caminhos, devemos guardá-la no coração para não pecar contra o Senhor (Sl. 119.11). 2. O SUCESSO SEGUNDO DEUS O capítulo 3 de Neemias favorece também a meditação a respeito do sucesso. Não o sucesso conforme apregoam os adeptos da auto-ajuda, pois o sucesso verdadeiro é aquele que vem de Deus. Para que tenhamos êxito na obra do Senhor, precisamos: 1) não nos conformarmos com o caos, ao invés de tão somente lamentarmos, devemos fazer alguma coisa para mudar a realidade; 2) saber escolher as pessoas certas para fazerem obras específicas (Ne. 3.2-15); 3) busque desempenhar as tarefas em integração com as pessoas, saiba trabalhar em equipe: e por fim, 4) não dispense as facilidades, Neemias não colocou empecilhos à realização da obra, antes aproveitou as pessoas que moravam nas localidades das portas (Ne. 3.13; 28-30). Em uma sociedade patriarcal como a de Israel, Neemias não dispensou o trabalho das mulheres. Elas desempenharam papel fundamental na reconstrução da obra de Deus sob a direção de Neemias. A Bíblia está repleta de exemplos de mulheres que foram usadas pelo Senhor: Miriam, Débora, Ester, Maria, entre outras. No tempo de Jesus, como ainda acontece nos dias atuais, as mulheres foram as principais mantenedoras do Reino de Deus (Lc. 8.2,3). A Bíblia destaca o ministério de Dorcas, uma mulher generosa, envolvida em obras caridosas (At. 9.36,39). A Samaritana foi um baluarte no trabalho missionário, ao conduzir muitos a Cristo através do seu testemunho (Jo. 4.28-30). Paulo, injustamente acusado de machista, agradeceu a Deus pelo ministério das mulheres na igreja do Senhor (Rm. 16.1,12; Fp. 4.13). No ministério do ensino, Priscila, geralmente citada antes do marido, Áquila, ministrou a Palavra com ousadia, reafirmando a fé de muitos crentes (Rm. 16.3). Para obter sucesso na realização da obra do Senhor não podemos dispensar força, principalmente a motivação dos irmãos, ainda que essa precise ser supervisionada. As pessoas devam ser tratadas pelo nome, o reconhecimento é parte fundamental, o texto de Neemias 3 cita nominalmente as pessoas que atuaram na reconstrução. Não apenas as grandes realizações devam ser apreciadas, mas também as pequenas, tanto os moradores de Zanoa, que repararam uma porta e mais de 500 metros de muro foram citados quanto Malquias que edificou apenas uma porta. Por fim, é necessário dar instruções claras, a comunicação é imprescindível na execução da obra de Deus, bem como atribuir tarefas, determinando, antecipadamente, as atribuições das autoridades delegadas (Ne. 3.13,17). 3. OS COOPERADORES DA OBRA Os cooperadores da construção assumiram lugares específicos e determinados para atuarem. Isso revela o senso de organização e planejamento de Neemias. A Porta das Ovelhas foi a primeira, e teve um sumo-sacerdote a frente em razão da sua prioridade. Com essa escolha Neemias também demonstrou a necessidade da pessoa certa ocupar a posição apropriada. Os construtores não trabalharam desordenamente, uns distanciados dos outros, cada um não fazia o que bem entendia. Havia uma unidade da parcialidade, isto é, cada um fazia a sua parte, a fim de chegar a uma totalidade. A individualidade de cada um deles também foi respeitada. Os cooperadores da obra de Deus não são diferentes, eles (e elas) têm personalidades e características distintas. Deus não tem problema de trabalhar com a diversidade, na verdade, Ele foi o Criador da diferença. Há líderes que não têm essas mesmas características, querem que todos trabalhem do mesmo jeito. É comum, no movimento neopentecostal (ou pseudopentecostal) a imitação dos líderes. Não da fé e exemplo espiritual, como Paulo ordenou a ser imitadores de Cristo, mas dos trejeitos, modo de se vestir, entre outras características de menor relevância (I Co. 11.1). Os cooperadores da obra não eram pessoas interesseiras, não estavam edificando a cidade porque quisessem tirar algum proveito pessoal. Pelo que inferimos do texto de Neemias 3, se tratavam de pessoas das diversas regiões de Judá, mas que não mediram esforços, sacrificaram seus interesses pessoais a fim de reconstruírem a cidade. Em muitos arraiais evangélicos as pessoas somente se envolvem no trabalho se tiverem algum retorno: financeiro ou a consagração para algum cargo na hierarquia eclesiástica. Mas como acontece com todo trabalho, havia também os orgulhosos, aqueles que não queriam se envolver, que achavam ser um demérito fazerem a obra do Senhor. Em Ne. 3.5 está escrito que os nobres não se sujeitaram ao serviço do Senhor. Sempre existirão, na obra de Deus, aqueles que se acham importantes demais para determinadas atribuições. Os pastores “nobres” não querem mais ministrar para poucas ovelhas. Eles amam as multidões, principalmente os holofotes, adoram serem vistos pelos homens. Mas louvamos a Deus pelos obreiros compromissados com a obra, os quais, a exemplo de Paulo, estão integrados, que servem ao Senhor “com toda a humildade, e com muitas lágrimas e tentações” (At. 20.19), que nada esperam “senão prisões e tribulações” (At. 20.23), que não têm suas vidas por preciosa (At. 20.24), que são constituídos pelo Espírito Santo para apascentar o rebanho, não deles mesmos, mas “de Deus”, comprado com o sangue de Cristo (At. 20.28). CONCLUSÃO A obra de Deus carece de ceifeiros, o Senhor Jesus constatou que “A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros” (Mt. 9.37). E acrescentou: “Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara” (v. 38). Deus espera que oremos por obreiros comprometidos com a edificação do Seu Reino, mais que isso, que sejamos esses cooperadores. No meio evangélico, muitas portas estão derrubadas, algumas delas, como nos tempos de Neemias, foram queimadas a fogo. Devemos orar a Deus para que envie obreiros e para que também sejamos obreiros e obreiras que respondam às exigências do Reino, que estejamos dispostos a sacrificar nossos interesses pessoais em prol da realização de coisas grande e pequenas para Deus. BIBLIOGRAFIA OPES, H. D. Neemias. São Paulo: Hagnos, 2006. TUNNERMANN, R. As reformas de Neemias. São Leopoldo: Sinodal, 2001.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

EU TENHO UM CHAMADO

NO PROXIMO DIA 28 DE AGOSTO ESTAREMOS NA COMUNIDDADE DE PONTA DO MEL A CONVITE DO REVERENDO PASTOR JORGE GUEDES  NA OCASIÃO ESTARA SENDO REALIZADO O CULTO DOS OBREIROS E TEMOS A RESPONSABILIDADE DE NAQUELA NOITE ABENÇOAR O POVO DE DEUS  COM A SUA PALAVRA.

terça-feira, 17 de maio de 2011

A maneira do Cristão se vestir



Muito se tem comentado sobre as vestes dos cristãos. Como nós cristãos devemos nos vestir, de tal maneira que não causemos escândalos aos descrentes e não comprometamos a doutrina bíblica. 

Uns dizem que as nossas vestes nada têm a ver com a salvação, pois esta é unicamente pela graça de Deus, o que indubitavelmente é verdade. Tanto que vemos as mais diferentes maneiras de se vestir dos cristãos. Aliás, quando estamos falando de cristãos, estamos nos referindo aqueles que dizem ser salvos e vão para o céu depois da morte, especialmente os evangélicos que pregam a salvação unicamente em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Agora vamos falar das vestes ou da maneira de se vestir de uma pessoa salva em Cristo. Todo nosso ser pertence ao Senhor Jesus Cristo -  espírito, alma e corpo. Nós evangélicos devemos cuidar muito  bem do corpo, pois conforme a Bíblia “1Co 6.19-20: Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é o templo do Espírito Santo, que vive em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus, pois ele os comprou e pagou o preço. 

Portanto, usem o seu corpo para a glória dele”. Nosso corpo como santuário do Espírito Santo, deve estar vestido decentemente,  de modo que Deus seja glorificado quando os de fora olharem para nós, pois não pertencemos mais ao reino deste mundo, mas ao reino de Deus. Pedro na sua primeira epístola universal declara enfaticamente “... exorto-vos, como a peregrinos e a forasteiros. ... ( I Pedro 2:11)”. Ora, se somos peregrinos e forasteiros, tudo em nós deve ser diferente: linguagem, trajos, usos e costumes etc. 

O corpo do verdadeiro cristão, não é somente um santuário, mas um instrumento e um vaso usado por Deus. Então, as vestes cristãs devem ser compatíveis com uma vida santificada, e não conforme os padrões impostos pelo mundo. Referimo-nos, especialmente as nossas amadas irmãs que, por professarem uma vida piedosa, devem se vestir conforme a recomendação de Paulo “Quero que as mulheres sejam sensatas e se vistam com decência e simplicidade (ITm 2.9ª)” 

As roupas sensuais outrora estavam lá fora, no mundo, mas infelizmente agora tem entrado em nossas igrejas e isso tem entristecido o coração de Deus e a nós pastores também que zelamos pela santidade da igreja. Muitas das nossas irmãs estão identificadas com os padrões morais e éticos da sociedade que é hostil a Deus e a Sua palavra. Como já dissemos anteriormente, as vestes não salvam ninguém, somente Jesus Cristo salva, mas uma vez salvo, tudo tem a ver com esta salvação, o espírito, a alma e o corpo. Vestimos o interior com vestes de salvação e o exterior, a saber, o corpo com vestes que o resguardem da lascívia e da concupiscência dos olhos. 

As mulheres que professam Jesus Cristo como senhor de suas vidas, à luz da Palavra de Deus, devem manter distância das modas femininas deste presente século que expõem o corpo ao pecado através de vestimentas provocantes para seduzir o sexo oposto. Neste sentido, Paulo diz: “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus (I Co 10.32)”. Seguindo nossa recomendação doutrinária e assembleiana, nossas irmãs não devem vestir roupas que comprometam sua pureza, caráter e testemunho cristãos. Lembre-se; sua maneira de se vestir identifica quem realmente você é. Que Deus nos abençoe!                                                                                                                                 FONTE:PR.MARTIM ALVES

A Aliança do Casamento


Ao criar o homem Deus fez também à mulher, e estabeleceu uma aliança em que os dois apartir daquele momento estariam definitivamente casados. Deus é a principal testemunha da aliança entre você e seu cônjuge, já pensasse nisso?  

As escrituras indicam que o casamento é uma aliança. Mal. 2.14. Aliança significa compromisso ilimitado, o casal está definitivamente casado, e quando o casal decide se casar, ele esta se unindo no sistema de Deus de unidade chamada casamento. Estarem unidos é se tornarem “um”. Quando chegamos para o casamento cada um de nós carregamos uma mochila com nossos pertences, ou seja, nossas vontades, prazeres, atitudes, gestos, determinações, individualidades etc. 

Aqui eu faço, eu posso, eu tenho, eu sou. Quando o casal chega à presença de Deus para pactuarem uma aliança de casamento, trocam as mochilas do individualismo por uma mala cujo conteúdo principal é o compromisso mutuo. Aqui nós fazemos, nós podemos, nós temos, nós somos nós decidimos; não mais “EU”, mas “NÓS”. À aliança entre marido e mulher traz muitas promessas e direitos. Guardar a aliança é ter paz, prosperidade, saúde e verdade. No principio, diz que, Deus abençoou esta aliança dizendo: crescei-vos, multiplicai-vos, encham a terra e passem a ter domínio sobre todas as coisas. 

A aliança nos garante prosperidade em todos os níveis, ou seja, os cônjuges devem ser “UM” em espírito, alma e corpo. A aliança reza que antes de tocar o corpo do seu cônjuge devemos tocar a alma um do outro. Assim quando uma mulher sente a proteção do homem e seu amor no plano da alma, então, ela pode dar-se livremente ao seu marido no plano físico. 

Quando firmamos a aliança no dia do nosso casamento fizemos certas promessas um ao outro de amar, honrar, cuidar, respeitar, etc. Também concordamos diante de Deus e das testemunhas que estaríamos juntos em qualquer que fossem as circunstancias, se na alegria ou na dor e que somente a morte poderia por fim a essa aliança. Você lembra-se de tudo isso? Creio que sim. 

Como Parceiros dessa aliança nós passamos a compartilhar tudo o que anteriormente mantínhamos separado. Nossas forças se unem para nossa mútua proteção. Aliança significa morte à vida independente. O conselho de Paulo é; Vós maridos amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela. Ef. 5.25. A aliança no casamento não pode ser maculada, as normas, as regras não podem mudar porque foram determinadas por Deus. Hebreus 13.4, determina que venerado seja entre todos o matrimonio e o leito sem mácula. Ir contra os votos do seu casamento, mudar o seu contrato de amor, ter relações apenas para satisfazer o próprio desejo, falar grosseiramente, abusar de seu cônjuge, ferir ou dominar o outro, tudo isso contamina a aliança entre você e seu cônjuge. 

Quando se contamina a aliança, macula-se o leito conjugal, e isso faz com que cessem as benções de Deus no seu relacionamento. Para conservar o leito conjugal limpo e sem mácula, deve-se lembrar o tempo todo de que os votos feitos a cada um foram prometidos diante do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O compromisso da sua vida com a outra pessoa deve ser tão importante e duradouro quanto o seu compromisso com relação a Jesus como seu Senhor e Salvador. Melhor é serem dois do que um... Eclesiastes 4.9. Uma aliança só tem consistência quando é assinada pelo casal e na presença de Deus, formando um cordão de três dobras que dificilmente se romperá. 

Deus te abençoe                                                                                                                                            FONTE:PR.ELUMAR PEREIRA

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

RESOLUÇÃO DA CGADB SOBRE DIVÓRCIO É COMENTADA NO "ESTADÃO"







quinta-feira, 28 de abril de 2011





"A cúpula da Assembleia de Deus, a maior igreja pentecostal do País, decidiu: aceitará que seus pastores se divorciem. Mas apenas em caso de traição ou por desejo da mulher." (O Estadão)
A notícia acima foi publicada ontem, 27/04, na coluna "Direto da Fonte", assinada por Sonia Racy.
Publicamos no dia 19/04, com exclusividade, o texto da Resolução na íntegra (Leia AQUI).
O que de fato a Resolução define? Vejamos:
Art. 1º A CGADB só reconhece o Divórcio no âmbito ministerial de seus membros, nos casos de infidelidade conjugal, previstos na Bíblia sagrada e expressos em Mt. 5:31-32; 19:9, devidamente comprovados.
Fica claro em seu Art. 1º, que a CGADB só reconhece o divórcio de seus membros em casos que envolvam a infidelidade conjugal, ou seja, quando o ministro é "traído" por sua esposa.
Tudo estaria muito simples, se não fosse transferida para as Convenções Estaduais a decisão sobre o divórcio do ministro em outras situações. Observemos que casos são esses:
Art. 4º. O Ministro, membro desta CGADB, divorciado nos termos do disposto no art. 1º. desta Resolução ou no caso, onde a iniciativa do divórcio partir da sua esposa (1 Co 7: 15), poderá permanecer ou não, na função ministerial, decisão essa, que ficará a cargo da Convenção Estadual da qual é filiado, facultando-se-lhe o direito de recurso para Mesa Diretora e para o para o Plenário desta Convenção Geral.
Temos aqui um claro problema de hermenêutica bíblica. O texto de 1 Co 7.15 delibera sobre o caso do cônjuge não crente deixar o cônjuge crente. No caso de ministros (evangelistas e pastores), as esposas são crentes. Dessa forma, o texto bíblico citado não se aplica ao membro associado à CGADB. De qualquer forma, trata-se da primeira transferência de responsabilidade da CGADB para as Convenções Estaduais na Resolução.
Parágrafo 2º. Quando o Ministro der causa ao divórcio, a sua permanência ou retorno ao ministério dependerá de exame e decisão da Convenção Estadual, facultando-se-lhe ampla defesa, sendo-lhe também assegurado recurso para a Mesa Diretora e para o plenário da Convenção Geral.
Salvo uma melhor interpretação do texto da resolução, o Parágrafo 2º do Art. 4º trata do caso onde o ministro é a parte culpada no divórcio (der causa ao divórcio), em tese, no caso de infidelidade conjugal, ele é o "traidor". Temos aqui outra transferência da responsabilidade da CGADB para as Convenções Estaduais.
O Artigo 5º é no mínimo "intrigante":
Art. 5º. O Ministro, membro desta CGADB que acolher Ministro divorciado sem a observância do disposto na presente Resolução, será responsabilizado disciplinarmente, no âmbito desta Convenção Geral.
A qual disposto este Artigo se refere? Ao parecer da CGADB conforme o Art. 1º, ou ao parecer das Convenções Estaduais nos outros casos citados? Ou aos dois casos?

Se a CGADB "só reconhece o divórcio" conforme o Art. 1º, logo, entende-se que ela não reconhece "oficialmente" o divórcio nos demais casos citados. Dessa forma, simplificando a Resolução, teríamos o seguinte:
A CGADB reconhece "oficialmente" e "biblicamente" o divórcio conforme o Art. 1º, mas não exclui (ou disciplina) o ministro que vivenciando os outros casos citados, for mantido no ministério, e associado às Convenções Regionais e Estaduais.
Nas Convenções Estaduais existem hoje algumas situações:
- As que não aceitam de forma alguma o ministro divorciado e casado novamente;
- As que aceitam o ministro vitimado por infidelidade, desde que permaneça sem casar;
- As que entendem que no caso de vítima de infidelidade o ministro pode se divorciar, permanecer no ministério e casar de novo;
- As que analisam caso a caso, podendo inclusive, em certas situações, mesmo o ministro sendo infiel e culpado pelo divórcio, permanecer no ministério e casar de novo.
Diante destas variadas formas de tratar e entender o assunto, quando um ministro divorciado pede carta de mudança para uma Convenção que delibera sobre o divórcio de forma diferente da Convenção de origem, dependendo de para onde ele for e do caso dele, poderá não ser recebido como ministro.
Para mim, a situação é mais séria do que a noticiada pela jornalista do Estadão.
Se me equivoquei na interpretação da Resolução, peço ajuda aos especialistas, pois assim penso que estariam ajudando a muitos outros.
Cuiabá, 28/04/2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

EBD: Espírito Santo – Agente capacitador da obra de Deus


 


“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.” Lc 24.49
O ministério do Espírito Santo é revelado nas páginas da Bíblia Sagrada em paralelo às operações do Deus Pai e do Deus Filho, atuando em toda Revelação em uma comunhão indescritível, do princípio ao fim daquilo que está registrado.
Estudar sobre a obra do Espírito de Deus é uma oportunidade de desvendar um pouco mais os mistérios da Terceira Pessoa da Trindade, o que resultará no fortalecimento da nossa confiança no Deus Espírito Santo, a partir da compreensão do Seu trabalhar em favor da obra de Deus.
Portanto, o resultado do nosso comentário é baseado naquilo que compreendemos sobre o atuar do Deus Espírito, esperando colaborar no ensino-aprendizagem dos alunos e professores da Escola Bíblica Dominical.
 
1. A obra do Espírito Santo no Antigo Testamento
No Antigo Testamento Sua presença é notória desde a criação, participando da formação do homem no Éden, atuando no convívio da sociedade pós-adâmica, quando a maldade, malicia e violência sobrepujou a benevolência divina, acarretando a fúria de Deus sobre os homens, submergindo o período noélico.
No Gênesis Sua manifestação é discreta, comparado a obra realizada a partir do êxodo hebreu do Egito, quando Moisés liderando o povo de Deus peregrinou no deserto por 40 longos anos, experimentando a providência e graça diária do Senhor Jeová, trabalhando por intermédio do Santo Espírito em favor do Seu povo.
Depois da morte de Moisés, Josué o sucedeu com o auxílio direto do Espírito Santo, avançando corajosamente em direção a “terra que mana leite e mel”.
Já alojados na “terra prometida”, as tribos depois da morte de Josué contava com a liderança dos juízes, homens e mulheres capacitados pelo Espírito do Senhor para julgar as demandas dos filhos de Jacó. Outra atribuição dos juízes era a de defender o povo de Deus, guerreando contra os inimigos de Israel na força do Espírito Santo.
Além dos juízes, alguns sacerdotes foram cheios do Espírito, homens de sabedoria espiritual, revestidos de autoridade divina.
Os reis, especialmente Davi e Salomão, governaram com eficiência graças à presença do Espírito de Deus sobre suas vidas, concedendo justiça, sabedoria, vitórias e muitas outras benesses.
Os profetas dentre todos os ministérios do Antigo Testamento é o que mais se destaca a operação do Espírito Santo, porque homens como Samuel, Elias, Eliseu, Isaias, Jeremias e Daniel, não apenas tinham sabedoria e previa o futuro, mas realizavam prodígios e maravilhas através do ministério do Espírito Santo em suas vidas.
A manifestação do Espírito Divino no Antigo Testamento foi esporádica e objetiva, demonstrando o poder de Deus através da dupla operação:
  • Como Espírito criador do universo;
  • Como Espírito dinâmico ou doador de poder.
1.1. Espírito criador do universo
a) Trabalhou na criação do universo - Gn 1.2; Sl 104.30
“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” Gn 1.2
O Espírito Santo “se movia sobre a face das águas”, atuando em conjunto com o Verbo de Deus na formação do mundo.
“Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.” Sl 104.30
b) Inspirou a escrita do Antigo Testamento – 2 Sm 23.2; Is 59.21
“O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra está na minha boca.” 2 Sm 23.2
“Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o SENHOR: o meu espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca nem da boca da tua descendência, nem da boca da descendência da tua descendência, diz o SENHOR, desde agora e para todo o sempre.” Is 59.21
Toda a escrita do AT foi inspirada pelo Espírito Santo aos santos homens de Deus do passado. Mediante a inspiração do Espírito do Senhor, os santos do AT foram capacitados a escrever o registro sagrado.
 
1.2. Espírito dinâmico ou doador de poder
No AT o Espírito Santo revestia de poder os santos do Senhor, potencializando-os para a realização do propósito divino. A teologia denomina este tipo de atuação como “comportamento dinâmico”, também conhecido como “extático”.
Esta experiência esporádica e momentânea produzia no indivíduo cânticos, choro, prostração ou até dança no Espírito.
Segundo Horton, “este comportamento dinâmico é visto como resultado da presença de Deus repousando sobre a pessoa”.
“Porém no arraial ficaram dois homens; o nome de um era Eldade, e do outro Medade; e repousou sobre eles o espírito (porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda), e profetizavam no arraial” Nm 11.26
A presença do Espírito Santo sempre visou um propósito específico de Deus. Outros exemplos da presença divina sobre os santos do AT:
c) Veio sobre a vida de José – Gn 41.38
d) Veio sobre a vida de Moisés – Nm 11.17
e) Veio sobre a vida de Josué – Nm 27.18
f) Veio sobre a vida de Otoniel – Jz 3.10
g) Veio sobre a vida de Gideão – Jz 6.34
h) Veio sobre a vida de Jefté – Jz 11.29
i) Veio sobre a vida de Sansão – Jz 14.6,19; 15.14,15
j) Veio sobre a vida de Saul – 1 Sm 10.10
k) Veio sobre a vida de Davi – 1 Sm 16.13; Sl 51.11
l) Veio sobre a vida de Elias – 1 Rs 18.12; 2 Rs 2.16
m) Veio sobre a vida de Eliseu – 2 Rs 2.15
n) Veio sobre a vida do profeta Azarias – 2 Cr 15.1
o) Veio sobre a vida de Zacarias, o sumo sacerdote – 2 Cr 24.20
p) Veio sobre os anciões de Israel – Nm 11.25
q) Conduziu Israel através do deserto – Ne 9.20,21
Vale considerar que o Espírito Santo vinha apenas sobre poucas pessoas no AT, não havendo nenhum derramamento geral do Espírito Santo.
Portanto, o Antigo Testamento é o retrato vívido da obra do Espírito Santo no meio do povo de Deus, instrumentalizando homens e mulheres para a realização do propósito do Senhor.
 
2. O Espírito Santo em o Novo Testamento
No relato de Lucas, o anjo Gabriel comunica ao sacerdote Zacarias, cuja mulher era Isabel, que ela teria um filho chamado João Batista, este seria cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe. Mas tarde, em visita a Maria, na pequena aldeia de Nazaré, o mensageiro angélico informa a virgem que o Espírito Santo desceria sobre ela, e ela conceberia um filho e seria chamado Filho do Altíssimo.
Desta forma o evangelista descreve a manifestação do Espírito Santo nas primeiras páginas do Novo Testamento, atuando ativa e continuamente na preparação e encarnação do Verbo.
O “médico amado” narra que aos 12 anos, Jesus interrogava os doutores em Jerusalém, sua inteligência causava admiração nos ouvintes. Jesus não era um adolescente comum, ele experimentava um crescimento distinto dos demais – “crescia em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homem”. Lc 2.52.
A sabedoria do Nazareno era do alto, era divina, uma dádiva do Espírito Santo.
A Bíblia narra que, anos mais tarde, quando João estava batizando no Jordão, Jesus foi batizado por ele, “o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele [Jesus] em forma corpórea, como uma pomba…” Lc 3.21,22.
“Cheio do Espírito Santo, Jesus voltou do Jordão e foi levando pelo Espírito” para enfrentar as tentações do diabo no deserto. Passado 40 dias, o tentador foi derrotado, ausentando-se dele por um tempo.
A narrativa sagrada afirma que “Pela virtude do Espírito, voltou para Galiléia” (Lc. 4.14). Subindo até Nazaré, Jesus entrou num sábado numa sinagoga e levantou-se para ler. Abrindo o livro do profeta Isaías, disse em voz alta: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que mim ungiu…” Aqui Jesus revela a fonte do seu poder – o Espírito Santo – sobre a sua vida.
A presença do Espírito Santo na vida de Jesus é distinta de todas as experiências humanas, pois a relação de Cristo com o Espírito transcende sua existência encarnada, preexistindo na essência do Deus Trino e Uno desde toda eternidade, porém revelada gradualmente no ministério terreno do Filho de Deus, numa revelação (por enquanto) inacabada, pois seu ministério na Igreja de Cristo ainda está em atividade.
No livro de Atos, no capítulo 2, a promessa do derramamento do Espírito Santo predita pelo profeta Joel se cumpre no dia da festa de Pentecostes, revestindo 120 irmãos com o poder de Deus para a realização da obra da evangelização mundial.
É neste livro que o padrão da Igreja do Senhor é estabelecido, “tanto no sentindo evangelístico como no administrativo social”, segundo Severino Pedro.
O avanço do Evangelho através da obra missionária é desencadeado pela presença do Espírito Santo inflamando os crentes da igreja em Jerusalém. Com coragem e desprendimento os cristãos pregam a Palavra de Deus em todas as partes do mundo primitivo, e o Senhor coopera com eles por intermédio do Espírito Santo realizando sinais e maravilhas pelas mãos dos santos pregadores.
A nossa responsabilidade é pregar, a do Espírito é convencer “o mundo do pecado, da justiça, e do juízo” Jo 16.8.
Amém!
  fonte:ALTAIR GERMANO

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