sexta-feira, 29 de abril de 2011

RESOLUÇÃO DA CGADB SOBRE DIVÓRCIO É COMENTADA NO "ESTADÃO"







quinta-feira, 28 de abril de 2011





"A cúpula da Assembleia de Deus, a maior igreja pentecostal do País, decidiu: aceitará que seus pastores se divorciem. Mas apenas em caso de traição ou por desejo da mulher." (O Estadão)
A notícia acima foi publicada ontem, 27/04, na coluna "Direto da Fonte", assinada por Sonia Racy.
Publicamos no dia 19/04, com exclusividade, o texto da Resolução na íntegra (Leia AQUI).
O que de fato a Resolução define? Vejamos:
Art. 1º A CGADB só reconhece o Divórcio no âmbito ministerial de seus membros, nos casos de infidelidade conjugal, previstos na Bíblia sagrada e expressos em Mt. 5:31-32; 19:9, devidamente comprovados.
Fica claro em seu Art. 1º, que a CGADB só reconhece o divórcio de seus membros em casos que envolvam a infidelidade conjugal, ou seja, quando o ministro é "traído" por sua esposa.
Tudo estaria muito simples, se não fosse transferida para as Convenções Estaduais a decisão sobre o divórcio do ministro em outras situações. Observemos que casos são esses:
Art. 4º. O Ministro, membro desta CGADB, divorciado nos termos do disposto no art. 1º. desta Resolução ou no caso, onde a iniciativa do divórcio partir da sua esposa (1 Co 7: 15), poderá permanecer ou não, na função ministerial, decisão essa, que ficará a cargo da Convenção Estadual da qual é filiado, facultando-se-lhe o direito de recurso para Mesa Diretora e para o para o Plenário desta Convenção Geral.
Temos aqui um claro problema de hermenêutica bíblica. O texto de 1 Co 7.15 delibera sobre o caso do cônjuge não crente deixar o cônjuge crente. No caso de ministros (evangelistas e pastores), as esposas são crentes. Dessa forma, o texto bíblico citado não se aplica ao membro associado à CGADB. De qualquer forma, trata-se da primeira transferência de responsabilidade da CGADB para as Convenções Estaduais na Resolução.
Parágrafo 2º. Quando o Ministro der causa ao divórcio, a sua permanência ou retorno ao ministério dependerá de exame e decisão da Convenção Estadual, facultando-se-lhe ampla defesa, sendo-lhe também assegurado recurso para a Mesa Diretora e para o plenário da Convenção Geral.
Salvo uma melhor interpretação do texto da resolução, o Parágrafo 2º do Art. 4º trata do caso onde o ministro é a parte culpada no divórcio (der causa ao divórcio), em tese, no caso de infidelidade conjugal, ele é o "traidor". Temos aqui outra transferência da responsabilidade da CGADB para as Convenções Estaduais.
O Artigo 5º é no mínimo "intrigante":
Art. 5º. O Ministro, membro desta CGADB que acolher Ministro divorciado sem a observância do disposto na presente Resolução, será responsabilizado disciplinarmente, no âmbito desta Convenção Geral.
A qual disposto este Artigo se refere? Ao parecer da CGADB conforme o Art. 1º, ou ao parecer das Convenções Estaduais nos outros casos citados? Ou aos dois casos?

Se a CGADB "só reconhece o divórcio" conforme o Art. 1º, logo, entende-se que ela não reconhece "oficialmente" o divórcio nos demais casos citados. Dessa forma, simplificando a Resolução, teríamos o seguinte:
A CGADB reconhece "oficialmente" e "biblicamente" o divórcio conforme o Art. 1º, mas não exclui (ou disciplina) o ministro que vivenciando os outros casos citados, for mantido no ministério, e associado às Convenções Regionais e Estaduais.
Nas Convenções Estaduais existem hoje algumas situações:
- As que não aceitam de forma alguma o ministro divorciado e casado novamente;
- As que aceitam o ministro vitimado por infidelidade, desde que permaneça sem casar;
- As que entendem que no caso de vítima de infidelidade o ministro pode se divorciar, permanecer no ministério e casar de novo;
- As que analisam caso a caso, podendo inclusive, em certas situações, mesmo o ministro sendo infiel e culpado pelo divórcio, permanecer no ministério e casar de novo.
Diante destas variadas formas de tratar e entender o assunto, quando um ministro divorciado pede carta de mudança para uma Convenção que delibera sobre o divórcio de forma diferente da Convenção de origem, dependendo de para onde ele for e do caso dele, poderá não ser recebido como ministro.
Para mim, a situação é mais séria do que a noticiada pela jornalista do Estadão.
Se me equivoquei na interpretação da Resolução, peço ajuda aos especialistas, pois assim penso que estariam ajudando a muitos outros.
Cuiabá, 28/04/2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

EBD: Espírito Santo – Agente capacitador da obra de Deus


 


“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.” Lc 24.49
O ministério do Espírito Santo é revelado nas páginas da Bíblia Sagrada em paralelo às operações do Deus Pai e do Deus Filho, atuando em toda Revelação em uma comunhão indescritível, do princípio ao fim daquilo que está registrado.
Estudar sobre a obra do Espírito de Deus é uma oportunidade de desvendar um pouco mais os mistérios da Terceira Pessoa da Trindade, o que resultará no fortalecimento da nossa confiança no Deus Espírito Santo, a partir da compreensão do Seu trabalhar em favor da obra de Deus.
Portanto, o resultado do nosso comentário é baseado naquilo que compreendemos sobre o atuar do Deus Espírito, esperando colaborar no ensino-aprendizagem dos alunos e professores da Escola Bíblica Dominical.
 
1. A obra do Espírito Santo no Antigo Testamento
No Antigo Testamento Sua presença é notória desde a criação, participando da formação do homem no Éden, atuando no convívio da sociedade pós-adâmica, quando a maldade, malicia e violência sobrepujou a benevolência divina, acarretando a fúria de Deus sobre os homens, submergindo o período noélico.
No Gênesis Sua manifestação é discreta, comparado a obra realizada a partir do êxodo hebreu do Egito, quando Moisés liderando o povo de Deus peregrinou no deserto por 40 longos anos, experimentando a providência e graça diária do Senhor Jeová, trabalhando por intermédio do Santo Espírito em favor do Seu povo.
Depois da morte de Moisés, Josué o sucedeu com o auxílio direto do Espírito Santo, avançando corajosamente em direção a “terra que mana leite e mel”.
Já alojados na “terra prometida”, as tribos depois da morte de Josué contava com a liderança dos juízes, homens e mulheres capacitados pelo Espírito do Senhor para julgar as demandas dos filhos de Jacó. Outra atribuição dos juízes era a de defender o povo de Deus, guerreando contra os inimigos de Israel na força do Espírito Santo.
Além dos juízes, alguns sacerdotes foram cheios do Espírito, homens de sabedoria espiritual, revestidos de autoridade divina.
Os reis, especialmente Davi e Salomão, governaram com eficiência graças à presença do Espírito de Deus sobre suas vidas, concedendo justiça, sabedoria, vitórias e muitas outras benesses.
Os profetas dentre todos os ministérios do Antigo Testamento é o que mais se destaca a operação do Espírito Santo, porque homens como Samuel, Elias, Eliseu, Isaias, Jeremias e Daniel, não apenas tinham sabedoria e previa o futuro, mas realizavam prodígios e maravilhas através do ministério do Espírito Santo em suas vidas.
A manifestação do Espírito Divino no Antigo Testamento foi esporádica e objetiva, demonstrando o poder de Deus através da dupla operação:
  • Como Espírito criador do universo;
  • Como Espírito dinâmico ou doador de poder.
1.1. Espírito criador do universo
a) Trabalhou na criação do universo - Gn 1.2; Sl 104.30
“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” Gn 1.2
O Espírito Santo “se movia sobre a face das águas”, atuando em conjunto com o Verbo de Deus na formação do mundo.
“Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.” Sl 104.30
b) Inspirou a escrita do Antigo Testamento – 2 Sm 23.2; Is 59.21
“O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra está na minha boca.” 2 Sm 23.2
“Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o SENHOR: o meu espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca nem da boca da tua descendência, nem da boca da descendência da tua descendência, diz o SENHOR, desde agora e para todo o sempre.” Is 59.21
Toda a escrita do AT foi inspirada pelo Espírito Santo aos santos homens de Deus do passado. Mediante a inspiração do Espírito do Senhor, os santos do AT foram capacitados a escrever o registro sagrado.
 
1.2. Espírito dinâmico ou doador de poder
No AT o Espírito Santo revestia de poder os santos do Senhor, potencializando-os para a realização do propósito divino. A teologia denomina este tipo de atuação como “comportamento dinâmico”, também conhecido como “extático”.
Esta experiência esporádica e momentânea produzia no indivíduo cânticos, choro, prostração ou até dança no Espírito.
Segundo Horton, “este comportamento dinâmico é visto como resultado da presença de Deus repousando sobre a pessoa”.
“Porém no arraial ficaram dois homens; o nome de um era Eldade, e do outro Medade; e repousou sobre eles o espírito (porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram à tenda), e profetizavam no arraial” Nm 11.26
A presença do Espírito Santo sempre visou um propósito específico de Deus. Outros exemplos da presença divina sobre os santos do AT:
c) Veio sobre a vida de José – Gn 41.38
d) Veio sobre a vida de Moisés – Nm 11.17
e) Veio sobre a vida de Josué – Nm 27.18
f) Veio sobre a vida de Otoniel – Jz 3.10
g) Veio sobre a vida de Gideão – Jz 6.34
h) Veio sobre a vida de Jefté – Jz 11.29
i) Veio sobre a vida de Sansão – Jz 14.6,19; 15.14,15
j) Veio sobre a vida de Saul – 1 Sm 10.10
k) Veio sobre a vida de Davi – 1 Sm 16.13; Sl 51.11
l) Veio sobre a vida de Elias – 1 Rs 18.12; 2 Rs 2.16
m) Veio sobre a vida de Eliseu – 2 Rs 2.15
n) Veio sobre a vida do profeta Azarias – 2 Cr 15.1
o) Veio sobre a vida de Zacarias, o sumo sacerdote – 2 Cr 24.20
p) Veio sobre os anciões de Israel – Nm 11.25
q) Conduziu Israel através do deserto – Ne 9.20,21
Vale considerar que o Espírito Santo vinha apenas sobre poucas pessoas no AT, não havendo nenhum derramamento geral do Espírito Santo.
Portanto, o Antigo Testamento é o retrato vívido da obra do Espírito Santo no meio do povo de Deus, instrumentalizando homens e mulheres para a realização do propósito do Senhor.
 
2. O Espírito Santo em o Novo Testamento
No relato de Lucas, o anjo Gabriel comunica ao sacerdote Zacarias, cuja mulher era Isabel, que ela teria um filho chamado João Batista, este seria cheio do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe. Mas tarde, em visita a Maria, na pequena aldeia de Nazaré, o mensageiro angélico informa a virgem que o Espírito Santo desceria sobre ela, e ela conceberia um filho e seria chamado Filho do Altíssimo.
Desta forma o evangelista descreve a manifestação do Espírito Santo nas primeiras páginas do Novo Testamento, atuando ativa e continuamente na preparação e encarnação do Verbo.
O “médico amado” narra que aos 12 anos, Jesus interrogava os doutores em Jerusalém, sua inteligência causava admiração nos ouvintes. Jesus não era um adolescente comum, ele experimentava um crescimento distinto dos demais – “crescia em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homem”. Lc 2.52.
A sabedoria do Nazareno era do alto, era divina, uma dádiva do Espírito Santo.
A Bíblia narra que, anos mais tarde, quando João estava batizando no Jordão, Jesus foi batizado por ele, “o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele [Jesus] em forma corpórea, como uma pomba…” Lc 3.21,22.
“Cheio do Espírito Santo, Jesus voltou do Jordão e foi levando pelo Espírito” para enfrentar as tentações do diabo no deserto. Passado 40 dias, o tentador foi derrotado, ausentando-se dele por um tempo.
A narrativa sagrada afirma que “Pela virtude do Espírito, voltou para Galiléia” (Lc. 4.14). Subindo até Nazaré, Jesus entrou num sábado numa sinagoga e levantou-se para ler. Abrindo o livro do profeta Isaías, disse em voz alta: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que mim ungiu…” Aqui Jesus revela a fonte do seu poder – o Espírito Santo – sobre a sua vida.
A presença do Espírito Santo na vida de Jesus é distinta de todas as experiências humanas, pois a relação de Cristo com o Espírito transcende sua existência encarnada, preexistindo na essência do Deus Trino e Uno desde toda eternidade, porém revelada gradualmente no ministério terreno do Filho de Deus, numa revelação (por enquanto) inacabada, pois seu ministério na Igreja de Cristo ainda está em atividade.
No livro de Atos, no capítulo 2, a promessa do derramamento do Espírito Santo predita pelo profeta Joel se cumpre no dia da festa de Pentecostes, revestindo 120 irmãos com o poder de Deus para a realização da obra da evangelização mundial.
É neste livro que o padrão da Igreja do Senhor é estabelecido, “tanto no sentindo evangelístico como no administrativo social”, segundo Severino Pedro.
O avanço do Evangelho através da obra missionária é desencadeado pela presença do Espírito Santo inflamando os crentes da igreja em Jerusalém. Com coragem e desprendimento os cristãos pregam a Palavra de Deus em todas as partes do mundo primitivo, e o Senhor coopera com eles por intermédio do Espírito Santo realizando sinais e maravilhas pelas mãos dos santos pregadores.
A nossa responsabilidade é pregar, a do Espírito é convencer “o mundo do pecado, da justiça, e do juízo” Jo 16.8.
Amém!
  fonte:ALTAIR GERMANO

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estamos preparando boas materias para o blog.aguardem!